quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Um 2021 cheio de Sol


Mais um dia a menos para o Ano Novo. Que seja melhor do que este que finda! Um ano muito estranho para mim… Nem sei que diga. Li diversas mensagens e não me identifico com a maioria. O ano que está quase a terminar não me acrescentou nada de bom, essa é a minha verdade. 
A transição para 2020 foi em luto com a perda do meu sogro e, em pouco mais de um mês, do bisavô do meu marido. Foi uma passagem triste com o sentimento profundo da ausência daqueles que nos são queridos. Logo depois, início de 2020, as ausências convertem-se em afastamento e o afastamento em confinamento. Uma sucessão de acontecimentos que nos encurralou e restringiu às nossas casas e nos afastou da manifestação de afetos mais calorosa e poderosa que conheço - os abraços.
As aulas passaram a ser dadas online, através de diferentes plataformas, e as aprendizagens tornaram-se insípidas. Apesar do afastamento físico, senti-me mais próxima dos meus alunos e na hora da despedida senti-me incompleta… Custou-me não me despedir deles com um abraço, um sorriso… Custou-me dizer-lhes "Sejam felizes!" e não poder partilhar essa felicidade no momento. Senti-me incompleta por não ter estado presente.
As férias foram desejadas como nunca! Quem me conhece, sabe que sou pouco de sair mas este ano foi um tormento para mim. Entrei em contagem decrescente muito antes de me ser possível mudar de ares e quando chegou o dia respirei, profundamente, a pseudo liberdade que podia usufruir. 
Mudei de escola. Despedi-me, sem o ter feito verdadeiramente, daqueles que partilharam comigo uma fase difícil que julguei superada. Trouxe amizades que estimo muito, pessoas de corações imensos, parceiros de uma jornada que me enriqueceu e permitiu conhecer-me melhor. Muitas pessoas que sei que me querem bem! 
Fui bem recebida na escola nova, apesar do afastamento que nos é imposto por este maldito vírus. Sinto que era hora de mudar, de seguir outro rumo e conhecer pessoas diferentes. Sinto que sigo o meu caminho e que voltarei a deixar a minha marca. Sou colecionadora de afetos e já acrescentei muitos, nos últimos meses, às páginas mais recentes da minha história e recordações.
Assim sendo, nada me foi somado em 2020. Pelo contrário, continuo a ser colecionadora de afetos e a fazer o que mais gosto - ensinar. Continuo a poder ter na minha vida aqueles que mais amo e sentir a sua presença. Continuo a luta pela felicidade dos meus filhos e a sua realização. Mas perdi a liberdade da manifestação física que tanto aprecio. Perdi a liberdade de abraçar, de beijar, de brincar através do toque. Ficaram despedidas por realizar, comemorações por fazer… Ficaram afetos suspensos no tempo por não se selarem com abraços. 
Este ano de 2020 foi um ano triste, apesar dos momentos felizes que me foram ofertados, como acontece todos os anos. Por isso, não pretendo esquecer 2020... 
O que desejo para 2021 é poder voltar a abraçar-vos! 
Que as chamas sejam revigoradas nos nossos corações!
Que o Sol volte a iluminar e a aquecer as nossas vidas pois estou farta desta escuridão!
Grata por vos ter na minha vida!

Desejo-vos um oceano de felicidade!