Mais um ano se aproxima do fim e, como é habitual, torno-me
introspectiva e faço um balanço sobre a minha vida. Nesta quadra revivo
intensamente o passado que me construiu e fez de mim quem sou. Relembro todos
os que partiram, deixando um vazio físico no meu quotidiano, apesar de
senti-los muito presentes todos os dias. Volto a ouvir as suas gargalhadas, as
nossas conversas, os seus ensinamentos... consigo ver cada pormenor dos seus
rostos e o brilho nos seus olhares. A cada ano que finda, homenageio quem já me
deixou e me transmitiu os valores que regem a minha vida. Quantas
saudades sinto de todos eles! A vida deve ser celebrada, mesmo
com estas ausências, pois todos fizeram parte dela, até um dia, e enriqueceram
a minha existência incomensuravelmente.
O ano de 2017 foi algo indescritível. Passei
por quatro escolas distintas, tive muitos alunos - todos diferentes - e trouxe
comigo um palmo de amizades, boa gente que enriqueceu um pouco mais o meu
caminho e aglutinei com carinho ao meu mundo. Diferentes vivências e novas
descobertas conduziram-me a um autoconhecimento intrínseco e mais profundo.
Valorizei-me muito como mulher e melhorei a minha autoestima.
Mas nem tudo foi agradável. Passei por uma
exclusão nos concursos de professores que me revoltou imenso. Foram meses de
indefinição a lutar por uma causa que não foi apenas minha. A determinada
altura abria o meu mundo a mais mundos - aqueles que como eu aguardavam um
desfecho numa saga de loucos. Passaram a fazer parte da minha vida e aprendi
que a solidariedade entre colegas nos permite pequenas conquistas, pequenas
para alguns, mas enormes para nós. Mais um grande punhado de amizades que
levarei pela vida.
Fui colocada administrativamente em finais de
outubro. Não estou só, a Elizabete está comigo. Duas excluídas colocadas na
mesma escola, foi caso único! Juntas ultrapassamos obstáculos e lutamos pelo
nosso lugar. Neste momento, posso dizer que já conheci quem será importante
trazer comigo quando o ano letivo terminar. Todos os anos o mesmo desfecho:
deixo um bocadinho de mim e trago um bocadinho de outros.
Se pudesse resumir 2017 a uma palavra
escolheria revolução. Uma revolução positiva em todos os aspetos da minha
vida, o trampolim para um ano de transformação e mudança que vislumbro para
2018.
Para o próximo ano prometo não me desiludir,
prometo ser fiel a mim mesma e aos meus sentimentos. Darei o melhor de mim e
abrirei novos caminhos que percorrerei acompanhada por quem me quer bem.
A todos vós que fazeis parte do meu mundo,
da minha história…
Um 2018 doce, tranquilo e luminoso!
Sejam felizes!
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