segunda-feira, 10 de abril de 2017

Doces sensações



O que fazer quando sentimos uma vontade imensa de abraçar o mundo? Pode parecer estranho mas sinto-o todos os dias.
Por vezes, vou até ao meu jardim, sento-me no terraço e fecho os olhos. Estou só, comigo e com a natureza, em comunhão com este sentimento que me enche o ser. Mergulho em mim...
O som da minha respiração embala-me e sinto o bater tranquilo do meu coração. Percorro o meu corpo pelos vasos sanguíneos, sinto a atividade das minhas células e os choques elétricos faiscantes entre os meus neurónios. Depois de muitos loopings, no interior desta matéria que faz de mim quem sou, ligo-me à terra, criando raízes imaginárias mas profundas na minha mente, e somos uma só. Enche-se-me o peito! Sinto-me a vibrar, sinto-me elevar, sinto-me feliz.
Ainda de olhos fechados, visualizo o azul do céu e a luz radiante do sol. Sinto o vento, oiço o movimento de águas cristalinas e o som da natureza que me envolve. Neste momento, deixo de ser eu - esse ser finito na plenitude de um universo imenso - deixo o meu lugar e abro asas para voar.
Sobrevoo lugares longínquos, desconhecidos. Voo por montes e vales, atravesso desfiladeiros e oceanos inteiros e, finalmente, vislumbro a Terra - esse planeta maravilhoso que me serve de habitat. 
Encontro-me entre as estrelas, esses pontos luminosos e cintilantes que observo no pano negro que cobre a noite. E, assim, liberto-me desta prisão que é o tempo e das amarras que a sociedade me impõe. Sou livre! Sou capaz!
Posso escrever a minha história e dar o desfecho que desejo a cada um dos seus capítulos. Acredito em dois mundos - duas realidades - desfasadas no tempo mas em sincronia. Acredito que tudo se resume a energia. Acredito que somos mais do que este corpo materializado e que temos poder sobre o mesmo. Acredito que querer é poder!
Reconheço as minhas raízes e valorizo-as. A minha vida faz parte de uma história maior - um cruzamento de vários caminhos percorridos por muitas e diferentes personagens - mas a minha história é o meu maior valor, o que de mais precioso possuo, apesar de não ser apenas minha.
A minha história tem sido escrita entre sorrisos e lágrimas, com muitos sonhos à mistura. O seu valor é relativo, dirão, mas é o meu maior tesouro. Sofri desilusões, fases em que a escuridão pareceu instalar-se. Passei por tempestades que quase me arrebataram as forças para viver mas continuo aqui, firme como um rochedo. A cada desnorte, um novo rumo, um novo significado. Por isso, digo - o que não me derrubou, tornou-me mais forte! - e olho em frente, de cabeça erguida, com a determinação de que encontrei o meu sentido de vida!

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