sábado, 17 de fevereiro de 2018

Amor Eterno


A minha Vida tem seguido por caminhos misteriosos que sempre fomentaram em mim uma enorme curiosidade. Até simples acontecimentos, aparentemente aleatórios, parecem assumir-se como respostas a questões que partilho com poucos, apenas aqueles que se predispõem a ouvir as minhas divagações.
Um dos maiores ensinamentos - que se tem vincado profundamente na minha insignificante existência - é o poder do amor que une aquilo a que damos o nome de Almas. Não duvido, sequer por um instante, da sua grandiosidade e manifestação contínua entre vidas. Por vezes, sinto-me uma simples observadora que se transforma numa contadora de histórias, as histórias daqueles que foram meus no passado e continuam a sê-lo no presente. Sei - pois sinto-o convictamente - esta vida é apenas uma passagem que poderá tornar-se num ciclo de encontros e desencontros entre almas que partilharam, neste plano, o verdadeiro amor. E estes ciclos são feitos de partidas e chegadas, onde a morte e o nascimento se equilibram e o reencontro é protagonizado, sem memória do passado. 
Recordo uma conversa com a minha avó Aida sobre a escolha de nomes para o meu primeiro filho, ainda sem conhecimento do sexo da criança. A única resistência protagonizada pela futura bisa teve como alvo um nome de menina - Carlota, não. Não gosto nada desse nome! Gosto muito de Clara!... - E dava para perceber que aquele nome lhe enchia as medidas, mas nasceu o Diogo e, mais tarde, a nossa Laura, já a minha avó partira.
Os anos passaram e anuncia-se novo nascimento na família, uma menina! Os futuros pais também gostavam muito do nome Carlota mas eu sabia que seria destronado. Tão certo como chamar-me Patrícia - comentava com a tia da criança. - A avó não gostava nada desse nome. Aposto que irá chamar-se Clara!
Sei que as duas conversas ocorreram na ausência dos futuros pais, sei que ninguém influenciou na escolha do nome e sei que nasceu uma Clarinha. Uma menina que representa uma ligação entre duas almas que partilharam um amor verdadeiro que as manterá unidas pela eternidade, seja esta quando for. E fechou-se mais um ciclo, feito de partidas e novas chegadas, sucedendo e regenerando ligações entre almas unidas por um amor imenso, um amor eterno, um amor sem memórias mas vivido intensamente.


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