sábado, 29 de julho de 2017

O meu mundo entre muitos


Tenho um mundo muito próprio, muito meu. Tal não significa que outros vejam vedada a sua entrada no meu mundo ou, sequer, que o mantenha em segredo. Sou transparente. Não consigo esconder as minhas emoções - os meus olhos traem-me! - e não sou egoísta, gosto de partilhar experiências, emoções e desilusões. Sou como sou e assumo-me como tal. 
Longe da perfeição - até porque não procuro alcançá-la - tenho, como todos, o meu lado bom e o lado mau. Dizem que tenho mau feitio. Dizem que sou teimosa. Dizem que não quebro. Não nego pois não sou santa. Dependendo das situações, posso transformar-me e surpreender quem me provocou. Mas não seremos todos um pouco de tudo?
Se me focar apenas no meu mundo terei uma determinada perspectiva da minha vida, perspectiva essa que será diferente daquela de quem observa o meu mundo por fora. Todos nós temos mundos diferentes mas não necessariamente isolados dos vizinhos. Apesar do meu mundo ser próprio, pode interferir com o dos outros e, dependendo das minhas vivências, poderá repelir ou atrair outros. Mas onde pretendo chegar com tal conversa? 
Simples. Se tentarmos entender o que se passa com o outro, no seu mundo, talvez consigamos entender aqueles defeitos e encontrar qualidades através dos mesmos. Há algum tempo, conheci alguém que passava a vida a lamentar-se. Se tivesse de esboçar uma caricatura, certamente representaria uma nuvem bem negra e com raios a serem desferidos em todas as direções. Uma visão nada agradável. Como consequência, afastava quem a rodeava e aqueles que a procuravam. 
Na altura não percebia a razão de tanta negatividade. Procurei, então, conhecê-la. Não foi fácil - demorou o seu tempo -  mas quando consegui entrar no seu mundo e ter a noção do que se passava, compreendi. Foi um passo importante pois não me conseguiu repelir e tornámo-nos amigas. Senti-me muito bem, na altura, pois fi-la sorrir novamente e aliviei a nuvem escura que pairava sobre ela. Talvez continue a manifestar essa nuvem negra aos que ainda não se esforçaram para entendê-la... Mas, para mim, a nuvem transformou-se num arco-íris. 
Questiono, então, quantos arco-íris poderiam ser espalhados por todos e tantos mundos se nos déssemos ao trabalho de os procurar, se nos concentrássemos menos nas nossas vidas e procurássemos entender melhor as dos outros.

1 comentário:

  1. Subscrevo totalmente.
    Passo a vida a dizer isso. As pessoas não "olham" as outras, não as sentem. Beijinho

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