sábado, 1 de julho de 2017

Ouro sobre azul



Ontem foi dia de entrega das avaliações na escola frequentada pelos meus filhos. Representa apenas a formalização de algo que foi desenvolvido no decorrer do ano letivo e, por isso, não representava qualquer surpresa para mim. As surpresas foram-se sucedendo logo desde o início e todas elas foram boas. 
A mudança do Diogo para uma turma de terceiro ano, com uma professora nova, seria um desafio. O outro seria a entrada da Laura para o primeiro ano e a partilha do espaço escola pelos dois irmãos. Preparei os meus filhos, durante as férias, para a mudança que iria acontecer nas suas vidas.  O Diogo negara-se perentoriamente a mudar de turma e a Laura era muito rebelde e ativa, o que me criava um certo receio quanto ao seu comportamento em sala de aula. Como nós, pais e adultos, temos a tendência para complicar!... Os meus receios foram em vão. 
O Diogo sentiu-se feliz na escola, pela primeira vez, pois desenvolveu todas as atividades na sala com os seus colegas - passou a ser um deles - era igual entre os seus pares e sentiu-se verdadeiramente integrado. Esta felicidade impulsionou a sua vontade de melhorar e motivou-o face às aprendizagens. A minha Laurinha revelou que, a par da sua rebeldia e teimosia, existia uma criança muito autónoma, perspicaz e responsável, curiosa e sedenta por aprender mais. Não poderia esperar melhores resultados, de ambos, pois sei que deram o seu melhor. 
O que transmito aos meus filhos é o gosto por aprender, não desistirem perante as dificuldades e serem felizes na escola - a mãe não fica triste se não tiverem boa nota, desde que tenham dado o vosso melhor. Se o vosso melhor não corresponder ao que fizeram, não desistam e tentem melhorar para a próxima. - Se os meus filhos gostarem de ir para a escola para aprender, se os meus filhos forem felizes na escola, na sala de aula, não apenas no recreio, dar-me-ei por feliz, muito feliz!
Desejo que adquiram boas bases no primeiro ciclo mas, acima de tudo, que aprendam a ser felizes pelos seus próprios meios. A transição do infantário para o primeiro ciclo é, na minha opinião, a mais difícil. A carga letiva a que são sujeitos é um atentado à sua condição de crianças. A quantidade de conteúdos e de objetivos a alcançar é um desafio para os professores e um pesadelo para o comum mortal, imaginem o que será para eles... e como ficam os meus filhos entre tudo isto? Felizes! Gostam da escola, gostam de aprender e sabem como lidar com as dificuldades. Não lhes exijo notas. Não sentem, sobre os ombros, o peso das fichas de avaliação pois é um momento como qualquer outro, em que têm que dar o melhor de si. Também, nas relações com os outros, temos que dar o nosso melhor, respeitando-os, aceitando-os como são e querendo o seu bem, sem nunca perdermos a nossa identidade e valores. Ensino-os a saber estar, a saber conviver e a aceitar as diferenças. 
O que mais poderei desejar se, durante o primeiro ciclo, conseguirem adquirir bases para o futuro e, acima de tudo, alicerçarem competências emocionais que lhes permita construírem o seu eu consciente, solidário e crítico? Será ouro sobre azul! 
Sejam felizes...

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