O tempo foi passando… as crises continuavam quase diariamente e voltámos a falar na possibilidade de uma cirurgia. Para tal ser possível seria necessário visualizar o foco e obter, através de imagens, uma localização precisa daquela malformação. O Diogo fez mais uma RM, tinha 4 anos, e algo me dizia que o resultado iria ser favorável e foi: “Malformação do desenvolvimento cortical parieto-occipital posterior esquerda, entre os sulcos parieto-occipital e o segmento descendente do sulco intra-parietal, que se caracteriza por anomalia focal de sulcação/giração, atenuação da transição córtico-subcortical e hipersinal da substância branca subcortical.”
Estaríamos a lidar com
uma displasia cortical - tipo I - localizada na zona parieto-occipital. As
displasias encontram-se entre as principais causas de epilepsia. A Dr.ª
Manuela, durante uma consulta posterior e já com os resultados da RM nas mãos,
explicou-nos que se trataria de um conjunto de células que, durante o
desenvolvimento embrionário, não se teriam diferenciado em neurónios e, por
isso, fariam descargas elétricas de forma anómala, causando as crises.
Apesar
dos resultados confirmarem a displasia, seria necessária a realização de uma
nova RM que avaliasse até que ponto a mesma interferiria com a área da visão ou
da linguagem. Próximo passo: inclusão na lista de candidatos à cirurgia de
epilepsia mas para tal ocorrer seria
necessária a realização de um vídeo EEG, entre outros exames. Foi então que conhecemos os
nomes dos neuropediatras que constituíam uma equipa multidisciplinar que
avaliaria o caso do Diogo: Dr. Pedro Cabral e Dr. José Carlos Ferreira. Mal tive oportunidade introduzi os seus nomes no Google e encontrei um vídeo sobre
cirurgia de epilepsia em que participavam ambos. Fiquei ainda mais esclarecida
e finalmente conhecia os rostos daqueles que vislumbrávamos como solução para a
epilepsia do nosso filho.
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